Segundo turno das eleições presidenciais de 2014. José Sarney se dirige à cabine de votação com um adesivo de Dilma no peito. Nada mais natural, em se tratando de um dos mais fortes aliados do governo PT desde a campanha de Lula pela presidência, em 2002. De frente para a urna, o ex-presidente ensaia apertar a tecla 1. Hesita. Provavelmente reflete sobre os quatro anos pouco empolgantes da gestão Dilma e acaba pressionando, de forma quase desajeitada, contida, o 4 e o 5. Aécio Neves perdeu a eleição, mas essa cena, que certamente entrará para a antologia política deste país, comprova que até quem ocupa posição de conforto dentro do governo tem medo do que poderá acontecer daqui pra frente.
